Assistente editor: Hugo de Aguiar

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Desespero




Nada mais espera!...

Caiu num chão tão puro
como o aço do punhal num peito amaldiçoado
que fere além da morte.

Sem conhecer a mensagem da lâmina
afundou-se num sono imundo.

Que lhe extirpou o desejo de acordar.

Caiu sem morrer!...
na água-surda animada de desânimo
num fundo estóico
de espelho incógnito.

E ali ficou na infâmia gémea
ânsia de sublimar um chão fértil
que engenhasse a sua reabilitação.

Que dos seus ombros ineptos
nascesse a faísca indócil.

Que levariam os seus cabelos até um altar. Onde.

Pela dinâmica duma tempestade de fogo
Um fio mais agudo que o cume da lâmina
consumisse o punhal que a prostrou
no desespero.

Fernando Oliveira

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