Assistente editor: Hugo de Aguiar

deaguiar.hugo@gmail.com

um fio de ouro.. outro de cinza


um fio de ouro.. outro de cinza

enrolada no tapete da inexistência
a fonte criadora.. implode na escuridão
quebrou-se-lhe o espelho da resistência

o cinzeo quadro da indiferença
absorveu a ideia da revolução
a objectividade ficou nua de crença

o tumulto aglomera-se na aurora
e avoluma-se no zénite da cidade
tudo adentra.. como um revés de fora

o porte ínclito.. é baixo ventre sem espora
a passividade ganhou letras de caridade
enraizadas num peito.. túmulo e escora

o fio de luz.. acaba no velório da cegueira
a visão do além.. é auriflama inglória
indefinido provento.. férrea fronteira

indeferido o tempo.. vê na fresta freira
o zumbido iconoclasta duma memória
asilada na prudência.. da inerte cabeleira

Fernando Oliveira

Sem comentários: