
um fio de ouro.. outro de cinza
enrolada no tapete da inexistência
a fonte criadora.. implode na escuridão
quebrou-se-lhe o espelho da resistência
o cinzeo quadro da indiferença
absorveu a ideia da revolução
a objectividade ficou nua de crença
o tumulto aglomera-se na aurora
e avoluma-se no zénite da cidade
tudo adentra.. como um revés de fora
o porte ínclito.. é baixo ventre sem espora
a passividade ganhou letras de caridade
enraizadas num peito.. túmulo e escora
o fio de luz.. acaba no velório da cegueira
a visão do além.. é auriflama inglória
indefinido provento.. férrea fronteira
indeferido o tempo.. vê na fresta freira
o zumbido iconoclasta duma memória
asilada na prudência.. da inerte cabeleira
Fernando Oliveira
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