
visitei as coxas de Júpiter
a chuva encharca-me a pele e atinge os ossos, que se derretem
e caem em charco, que deriva para o rio e, o rio para o mar
o mar salga-os e deixa-os livremente, se evaporizar
para nuvens enigmáticas em céus aleatórios
viajo assim nos ventos instantes, até recair em novo charco
derivar para novo rio, e desaguar em novo mar
salgados e eternos ossos, que esperam o solidificar
que a chuva cesse e, que um sol vermelho de sangue os venham secar
visito as coxas de Júpiter e leio as carnes novas
quero caber num corpo, vestido de pele imune à chuva
Fernando Oliveira
Sem comentários:
Enviar um comentário